Investigação da PF indica Bolsonaro como autor de minuta do golpe
A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022, sob o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), com o intuito de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aponta que mandatário do Executivo federal redigiu e fez ajustes no texto do decreto conhecido como “minuta do golpe”.
As informações constam do relatório da PF que serviu como base para o despacho do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a trama golpista.
Plano para capturar ministro do STF e prisão de militares
De acordo com as investigações da PF, a “cronologia dos atos criminosos” indica que, inicialmente, o então presidente Jair Bolsonaro fez “análise e alterações” na chamada “minuta do golpe” – documento que, em tese, previa um golpe de Estado no país, de modo que Lula não pudesse tomar posse.
Em seguida, segundo a investigação, Bolsonaro teve uma reunião com o general Estevam Theofilo, no dia 9 de dezembro, “com a finalidade de consumar o referido golpe”.
Segundo o texto, “a Polícia Federal, inclusive, aponta a existência de registros de que General ESTEVAM THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA esteve no Palácio do Planalto em 9/12/2022 (fls. 169 da representação da Pet 12.100/DF)”.
Militares presos na operação
Foram presos, na operação deflagrada pela PF, quatro militares das Forças Especiais: o tenente-coronel Helio Ferreria Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o general de brigada Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro. Também foi detido o agente da PF Wladimir Matos Soares.
De acordo com a investigação da PF, a participação ativa de Bolsonaro na elaboração da “minuta do golpe” é comprovada pela troca de mensagens entre Mauro Cid e o general Freire Gomes, então comandante do Exército.
Objetivo do grupo criminoso
“O objetivo do grupo criminoso era não apenas ‘neutralizar’ o ministro ALEXANDRE DE MORAES, mas também extinguir a chapa presidencial vencedora, mediante o assassinato do presidente LULA e do vice-presidente GERALDO ALCKMIN, conforme disposto no planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’, elaborado pelo general MARIO FERNANDES’”, afirma documento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, o plano era capturar Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, ainda durante o governo Bolsonaro e antes da posse de Lula, que ocorreu no dia 1º de janeiro de 2023.
Detalhes da investigação
De acordo com a investigação da Polícia Federal, militares utilizavam codinomes em referência a países, como Alemanha, Áustria, Japão e Gana, para “não revelar as suas verdadeiras identidades”.
O documento assinado por Moraes, com base nas informações da PF, afirma que atos executórios para um golpe de Estado estavam em andamento.
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Tags: Bolsonaro, Lula, PF, STF, golpe de estado
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Júlio Rossato