Catedral de Notre-Dame revela novo interior após 5 anos de obras devido a incêndio
A Catedral de Notre-Dame, um dos maiores símbolos da arquitetura gótica em todo o mundo, foi incendiada em abril de 2019. O monumento ficou fechado durante mais de cinco anos devido ao incêndio que devastou partes de sua icônica arquitetura gótica. Na última sexta-feira, 29, a catedral revelou ao mundo as primeiras imagens de seu interior totalmente restaurado. O local abriu as portas para uma última visita fechada do presidente francês Emmanuel Macron antes da recepção do público. Com reabertura marcada para o dia 8 de dezembro, a catedral ainda é um canteiro de obras por fora, mas o interior reformado provocou elogios entre autoridades e a imprensa global.
Restauração e Memória
Segundo o jornal francês Le Monde, cerca de 250 empresas e centenas de especialistas se envolveram no trabalho de restauração, que custou aproximadamente 700 milhões de euros (R$ 4,4 bilhões na cotação atual). O altar no presbitério da catedral carrega um símbolo da devastação do incêndio. A Pietà de Nicolas Coustou, parte do conjunto Vœu de Louis XIII, sobreviveu praticamente ilesa, mas o chumbo derretido do incêndio fundiu-se na mão de Cristo. Os restauradores escolheram preservar isso como uma forma de memória à tragédia.
Reabertura e Cerimônias
As cerimônias religiosas e laicas de reabertura estão previstas para 7 e 8 de dezembro, antes da abertura das portas para o mundo. A França convidou diversos líderes estrangeiros, mas ainda não é possível saber quem comparecerá às cerimônias. O papa Francisco já anunciou que não estará presente.
Limpeza e Descontaminação
Aspiradores de pó potentes foram usados para remover a poeira tóxica liberada quando o fogo derreteu os telhados de chumbo da catedral. No total, 42 mil metros quadrados de alvenaria foram limpos e descontaminados – uma área equivalente a seis campos de futebol. Os buracos escancarados que o incêndio abriu no teto foram fechados com novas pedras cuidadosamente reconstruídas. As paredes da catedral parecem novas, limpas não apenas da poeira do incêndio, mas também da sujeira acumulada ao longo dos séculos.
Júlio Rossato