Alemanha promete €650 milhões em ajuda militar para a Ucrânia
O chanceler alemão Olaf Scholz anunciou nesta segunda-feira (2) 650 milhões de euros (US$ 685 milhões) em nova ajuda militar ao chegar a Kiev, prometendo que Berlim continuará sendo o maior apoiador da Ucrânia na Europa em um momento crucial da guerra, com Donald Trump prestes a retornar à Casa Branca.
A visita, a primeira a Kiev desde os primeiros meses da invasão russa em 2022, ocorre semanas após o colapso de sua coalizão de governo, preparando-o para uma difícil batalha eleitoral em fevereiro.
Ajuda militar em um momento crucial da guerra
A turbulência política na maior economia da Europa se soma a um sentimento crescente de incerteza na Ucrânia, com as tropas russas avançando cada vez mais rápido. Não está claro o quanto os aliados europeus de Kiev podem aumentar o apoio à Ucrânia se Trump reduzir a ajuda de seu maior apoiador.
Scholz e o presidente Volodymyr Zelensky se reuniram em um local não revelado e analisaram drones militares fabricados por empresas ucranianas e alemãs. Eles também visitaram um hospital e conversaram com pessoas feridas na guerra.
Scholz conversaria mais tarde com Zelensky, cujo governo está pedindo à Otan que convide a Ucrânia a participar da aliança militar em uma reunião em Bruxelas nesta semana.
Oposição conservadora critica a decisão
Embora apregoe que a Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas da Ucrânia, depois dos Estados Unidos, Scholz tem se recusado repetidamente a enviar mísseis de cruzeiro Taurus para a Ucrânia, temendo que isso possa levar seu país a um conflito direto com a Rússia.
Ele também foi criticado por aliados, incluindo o próprio Zelensky, por ter feito uma ligação telefônica com o presidente russo Vladimir Putin em novembro, pela primeira vez em quase dois anos, o que os críticos viram como uma tentativa de ganho político interno.
O pacote inclui sistemas de defesa aérea IRIS-T, tanques Leopard 1 e drones armados, disse um porta-voz do Ministério da Defesa.
Outros líderes europeus também demonstram apoio
No domingo, o novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a nova chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, visitaram Kiev em seu primeiro dia no cargo para demonstrar o apoio da UE. O apoio à Ucrânia está se configurando como uma questão importante nas eleições da Alemanha.
Friedrich Merz, o líder da oposição conservadora que está a caminho de destituir Scholz, disse que a Alemanha deveria enviar mísseis Taurus e, no fim de semana, afirmou que Scholz estava levantando gerando temores desnecessários.
Júlio Rossato