Moody's rebaixa nota de crédito da França
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito da França, de Aa2 para Aa3, devido às finanças públicas enfraquecidas do país e à probabilidade baixa de que o próximo governo reduza de forma sustentável o tamanho dos déficits fiscais. A França já havia sido rebaixada pela Fitch e S&P. O novo governo liderado por François Bayrou enfrenta a pressão de controlar o crescente déficit do país após o colapso do governo anterior, que foi deposto devido a uma disputa orçamentária com o partido de extrema direita liderado por Marine Le Pen.
Nova nomeação de primeiro-ministro
François Bayrou foi nomeado como o quarto primeiro-ministro do país em um ano pelo presidente Emmanuel Macron. Bayrou terá que se comprometer a não usar a mesma manobra constitucional que Michel Barnier empregou para aprovar o orçamento sem uma votação na Assembleia Nacional, para evitar um voto de desconfiança da esquerda. A turbulência política levou o spread de rendimento entre os títulos do governo francês e seus equivalentes alemães ao mais amplo desde 2012, embora tenha diminuído um pouco desde então, para cerca de 78 pontos-base.
Desafios para a reparação das finanças públicas
Os planos para reparar as finanças públicas já foram descarrilados este ano por receitas fiscais fracas, já que os gastos do consumidor e os lucros corporativos decepcionaram. A tarefa se tornou mais complicada depois que Macron convocou uma eleição parlamentar antecipada em junho, em uma tentativa de se recuperar da derrota nas eleições europeias. Bayrou provavelmente terá que reduzir suas ambições para obter apoio de alguns dos legisladores que derrubaram Barnier, mas economistas dizem que o resultado final pode até não ser nenhuma melhoria.
Mercados de dívida soberana europeia
Embora o rebaixamento da Moody's possa fazer com que o spread aumente novamente para 90 pontos-base, os mercados de dívida soberana europeia não devem ficar muito preocupados com tal movimento, pois há muitos investidores buscando rendimento extra que estarão interessados em comprar dívida francesa se houver um desconto atraente.
Júlio Rossato