Trump quer privatizar Serviço Postal dos EUA
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou grande interesse em privatizar o Serviço Postal dos EUA (USPS) nas últimas semanas, informou o Washington Post neste sábado, citando três pessoas com conhecimento do assunto.
O USPS perdeu mais de 100 bilhões de dólares desde 2007, tendo relatado um prejuízo líquido de 9,5 bilhões de dólares no ano fiscal encerrado em 30 de setembro. Quando informado sobre as perdas anuais da agência, Trump disse que o governo não deveria subsidiar a organização.
Elon Musk e Vivek Ramaswamy lideram mudanças no USPS
Trump, que toma posse em 20 de janeiro, discutiu seu desejo de privatizar o Serviço Postal com Howard Lutnick, sua escolha para secretário de Comércio, em Mar-a-Lago, segundo a reportagem. Pessoas que trabalharão no Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Elon Musk e Vivek Ramaswamy, também tiveram conversas preliminares sobre grandes mudanças no USPS, disse a reportagem, citando outras duas pessoas familiarizadas com o assunto.
Redução de gastos e modernização da rede
Um porta-voz do USPS disse que, nos últimos três anos, a empresa reduziu suas operações em 45 milhões de horas de trabalho e cortou seus gastos com transporte em 2 bilhões de dólares. Além disso, a agência está buscando aprovação regulatória para modernizar sua rede de processamento e transporte de correspondência para alinhá-la às práticas modernas, o que economizará entre 3,6 bilhões e 3,7 bilhões de dólares anualmente, acrescentou o porta-voz.
Impacto na indústria de comércio eletrônico e em áreas remotas do país
Qualquer tentativa de privatizar o Serviço Postal poderia atrapalhar a indústria de comércio eletrônico nos EUA, incluindo a Amazon, que usa o USPS para entrega “last-mile” entre os centros de distribuição da Amazon e os clientes. Também poderia prejudicar pequenas empresas e consumidores rurais que usam o Serviço Postal, já que é a única transportadora que entregará em áreas remotas do país.
A equipe de transição de Trump não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários sobre a reportagem.
Júlio Rossato