Putin desafia o Ocidente com novo míssil de defesa
O presidente russo, Vladimir Putin, lançou um desafio ao Ocidente em relação ao novo míssil de defesa Oreshnik, recentemente implementado pelas forças russas. Putin também abordou as mudanças recentes na doutrina nuclear do país, destacando a possibilidade de uso de armas nucleares contra estados não nucleares apoiados por potências nucleares.
Desafio ao Ocidente
Em entrevista coletiva anual realizada na manhã desta quinta-feira (19), em Moscou, Putin respondeu às dúvidas ocidentais sobre as capacidades do sistema de defesa Oreshnik. "É uma arma moderna, muito nova. Vamos realizar um experimento, um tipo de duelo de alta tecnologia. Que eles [o Ocidente] escolham um alvo em Kiev, concentrem sua defesa aérea, e então disparemos o Oreshnik para ver se ele atinge o alvo. Não há chance de interceptá-lo", declarou.
Oreshnik
O Oreshnik, que será produzido em série "em breve", segundo o Kremlin, foi usado pela primeira vez no final do mês passado para atingir a cidade de Dnipro, em resposta ao uso de mísseis de longo alcance fornecidos por França, Estados Unidos e Reino Unido pela Ucrânia.
Uso de armas nucleares
Putin também reforçou a posição da Rússia quanto ao uso de armas nucleares. Respondendo sobre as mudanças na doutrina nuclear russa, o presidente afirmou: "Se estados representarem uma ameaça para nós, reservamos o direito de usar nossas armas nucleares contra eles". Ele ainda acrescentou que as mudanças foram feitas para enfrentar ameaças conjuntas de estados não nucleares apoiados por potências nucleares.
Mudanças na doutrina nuclear russa
A doutrina reformulada, anunciada no mês passado, estipula que ataques por países não nucleares, mas apoiados por nações com armamento nuclear, serão tratados como uma agressão conjunta.
Posição da Rússia
Putin afirmou que a Rússia está pronta para negociações com a Ucrânia, mas a Ucrânia não está pronta. Ele também disse que a situação na Ucrânia está "mudando dramaticamente" e que as forças russas estão progredindo em todas as frentes, conquistando territórios significativos diariamente. Quando questionado sobre negociações futuras com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, Putin afirmou estar preparado, mas foi enfático ao rejeitar qualquer insinuação de fraqueza por parte de Moscou.
Consolidação da posição militar e estratégica da Rússia
A entrevista coletiva sublinhou o esforço da Rússia em consolidar sua posição militar e estratégica, enquanto os conflitos e tensões com o Ocidente permanecem elevados.
Júlio Rossato