Política dos pandas: China busca influenciar lideranças locais dos EUA
A China tem usado pandas para influenciar líderes locais dos Estados Unidos e moldar políticas sobre Taiwan, segundo documentos e entrevistas.
Oficiais chineses estão usando pandas para cultivar relacionamentos com governos locais nos Estados Unidos, enquanto sua influência em Washington diminui.
Breed se torna uma diplomata por pandas
A prefeita de San Francisco, London Breed, se tornou uma espécie de diplomata por pandas. Ela foi à China, onde se encontrou com o vice-presidente e um vice-ministro das Relações Exteriores.
A viagem foi organizada pela Associação do Povo Chinês para Amizade com Países Estrangeiros, um grupo que os oficiais de inteligência dos EUA concluíram que busca “influenciar malignamente” líderes locais.
Uso de pandas para a propaganda
Os pandas são usados como uma forma de rebrandear a imagem da China no exterior, um objetivo importante do líder chinês Xi Jinping.
Os zoológicos americanos pagam cerca de $1 milhão por ano para alugar pandas da China e reproduzi-los em cativeiro, na esperança de que um dia sejam liberados na natureza. A China deve usar o dinheiro para proteger as espécies selvagens.
Interesse dos zoológicos e da China
Os zoológicos têm um incentivo para manter o programa funcionando, já que os pandas atraem multidões e vendas de mercadorias. A China, também, tem um interesse nas trocas.
A Embaixada da China em Washington não comentou se o governo chinês usou pandas para promover seus interesses políticos.
China busca cercar o central
A diplomacia em nível local assumiu uma importância crescente à medida que as relações entre Pequim e Washington esfriaram e as delegações de alto nível diminuíram. As autoridades americanas alertaram que a China havia “aumentado seus esforços para cultivar líderes estaduais e locais dos EUA em uma estratégia que alguns descreveram como ‘usar o local para cercar o central’.”
As trocas de pandas são parte interessante da busca da China por influência, pois são aparentemente inócuos, fofos e abraçáveis, diz Orville Schell, diretor do Centro de Relações EUA-China na Asia Society em Nova York.
Júlio Rossato