Empresas brasileiras são apelidadas de “aristocratas dos dividendos”
Um grupo seleto de empresas brasileiras da bolsa de valores é conhecido como “aristocratas dos dividendos Brasil” por pagarem proventos consistentes e sempre aumentarem o tamanho dos depósitos em termos nominais e ajustados pela inflação, deixando os investidores felizes da vida. A análise foi feita pela Ações Garantem Futuro (AGF) em parceria com a consultoria Elos Ayta e divulgada na semana passada. O estudo incluiu exclusivamente empresas que demonstraram crescimento anual consistente na distribuição de proventos nos últimos cinco anos, considerando tanto os valores nominais quanto os ajustados pela inflação. Das cerca de 400 companhias listadas da bolsa de valores, apenas oito atenderam aos critérios do estudo.
Metodologia internacional adaptada à realidade nacional
O estudo foi inspirado na metodologia internacional das dividend aristocrats, empresas do índice S&P 500 que aumentaram seus proventos por pelo menos 25 anos consecutivos. O material local foi adaptado à realidade nacional, segundo os autores. “Nosso mercado tem algumas particularidades que dificultam a produção de estudos como esse e sua simples tropicalização, sem ajustes”, disse Einar Rivero, fundador da Elos Ayta Consultoria.
Empresas selecionadas
As empresas selecionadas foram Banco do Brasil (BBAS3), Localiza (RENT3), BTG Pactual (BPAC11), WEG (WEGE3), TIM (TIMS3), Tegma (TGMA3), CSU Digital (CSUD3) e Schulz (SHUL4).
Maior dividend yield
O maior dividend yield (taxa de retorno apenas com dividendos), tanto nominal quanto ajustado pelo IPCA, é o do Banco do Brasil. A instituição financeira, que figura entre as cinco maiores distribuidoras de proventos deste ano, vai depositar mais R$ 1 bilhão aos investidores nesta semana, em forma de juros sobre capital próprio (JCP). Tegma, CSU Digital e Tim aparecem na sequência. O levantamento revelou ainda que, além dos dividendos, sete das oito companhias também proporcionaram ganhos de capital. Com o reinvestimento dos proventos, todas – exceto a Localiza – superaram o desempenho acumulado do Ibovespa nos últimos cinco anos. Cinco delas (BB, WEG, Schulz, CSU Digital e BTG Pactual) entregaram retornos acima da variação de 50,32% do CDI no período.
Recomendações para investidores
As empresas brasileiras conhecidas como “aristocratas dos dividendos” podem ser usadas como referência para investidores em busca de renda passiva e para aqueles que buscam oportunidades robustas de longo prazo em um cenário desafiador. No entanto, retorno passado não é garantia de ganhos no futuro. Por isso, os analistas costumam recomendar para os investidores priorizarem sempre empresas de setores resilientes. É importante avaliar alguns indicadores antes de fazer as escolhas, como o dividend yield (DY), a relação entre preço e lucro por ação (P/L), a relação entre preço e valor patrimonial (P/VP) e o payout, sendo todos estes elementos com embasamento na análise fundamentalista.
Júlio Rossato