Presidente do Panamá nega envolvimento chinês no Canal do Panamá
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, afirmou que a China não tem participação no Canal do Panamá e que os navios de guerra dos Estados Unidos pagam as mesmas taxas de pedágio que outras nações. As declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre a crescente influência da segunda maior economia mundial no canal, não têm nenhuma veracidade, segundo Mulino. Ele disse que as ameaças de Trump podem ter sido motivadas por “temores geopolíticos que podem ser válidos de sua perspectiva, mas em termos do Panamá, não têm absolutamente nenhuma veracidade”.
Trump criticou as taxas de trânsito “ridículas” para navios dos Estados Unidos e alegou intervenções da China no controle do canal. A disputa provocou uma venda de títulos públicos do Panamá na segunda-feira. Mulino reiterou que o controle da hidrovia não será cedido aos Estados Unidos e disse que aguardará a posse de Trump para realizar conversas formais com a nova administração.
Os pedágios cobrados pelos navios de guerra que cruzam o canal são baseados na quantidade de água utilizada e no tipo de navio, uma fórmula que é aplicada igualmente a todas as embarcações. Mulino acrescentou que os Estados Unidos são o maior cliente do canal e que, no ano fiscal de 2024, 77% da carga que cruzou a principal rota de transporte se originou ou estava em trânsito para os Estados Unidos. Ele enfatizou que não há discriminação contra nenhum navio de guerra, seja dos Estados Unidos ou de outro país, e que o canal é propriedade do Panamá e pertence aos panamenhos.
Júlio Rossato