Dois navios iranianos transportam ingrediente químico para mísseis da China para o Irã
Dois navios de carga iranianos, o Golbon e o Jairan, estão programados para zarpar da China em direção ao Irã nas próximas semanas, transportando uma quantidade significativa de um ingrediente químico essencial para a fabricação de propelentes de mísseis. Segundo informações de autoridades de segurança de dois países ocidentais, os navios levarão mais de 1.000 toneladas de perclorato de sódio, utilizado na produção de clorato de amônio, o principal componente do propelente sólido para mísseis. O perclorato de sódio a ser enviado pode resultar na produção de até 960 toneladas de clorato de amônio, que representa 70% do propelente necessário para mísseis de combustível sólido. Essa quantidade de clorato de amônio seria suficiente para alimentar aproximadamente 260 mísseis de médio alcance.
Navios de carga iranianos
Os oficiais informaram que 34 contêineres de 6 metros contendo o produto químico foram carregados no Golbon, que partiu da ilha chinesa de Daishan na terça-feira (21). O Jairan deve deixar a China com 22 contêineres no início de fevereiro. Ambos os navios, de propriedade de entidades iranianas, devem realizar a viagem de três semanas até o Irã sem fazer paradas em portos. As autoridades não puderam confirmar se Pequim estava ciente dos embarques.
China e Irã
Segundo especialistas, a China tem realizado grandes vendas de armas ao Irã desde 1979, incluindo o fornecimento de mísseis durante a guerra Irã-Iraque. Desde os anos 1990, a China tem auxiliado o programa de desenvolvimento de mísseis balísticos do Irã, fornecendo tecnologia, peças e treinamento.
Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis
O clorato de amônio é um dos produtos químicos controlados pelo Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, um organismo internacional de não proliferação. Segundo o jornal, os componentes químicos estão sendo enviados para o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, a ala de elite das forças armadas iranianas.
Declaração da embaixada chinesa em Washington
A embaixada chinesa em Washington declarou que não estava “familiarizada” com a situação e que Pequim está comprometida em “manter a paz e a estabilidade na região do Oriente Médio e do Golfo, promovendo ativamente a resolução política e diplomática da questão nuclear iraniana”.
Júlio Rossato