Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo pelo 17º ano consecutivo
No ano passado, 105 pessoas trans foram mortas no Brasil, segundo dados do dossiê: Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira, da Rede Trans Brasil.
A maior parte dos casos, 38%, ocorreu na Região Nordeste, seguida pela Região Sudeste, com 33%, e pelo Centro-Oeste, com 12,6%. São Paulo foi o estado com maior registro de assassinatos: 17. Minas Gerais e Ceará aparecem em seguida.
A maioria das vítimas era composta por mulheres trans ou travestis, 93,3%. Elas eram, em sua maioria, pessoas racializadas, incluindo pretas e pardas, e trabalhadoras sexuais.
Políticas públicas
A secretária adjunta de Comunicação da Rede Trans Brasil, Isabella Santorinne, ressaltou que a queda no número de mortes em relação a 2023 é um pequeno alívio, mas que a violência e o preconceito ainda são uma realidade para muitas pessoas trans. Ela destacou que a luta pela sobrevivência e dignidade continua sendo uma batalha diária para pessoas trans no Brasil.
Segundo ela, é urgente criar ações que promovam educação inclusiva, empregabilidade, acesso à saúde e segurança, além de garantir que crimes transfóbicos sejam devidamente investigados e punidos.
Júlio Rossato