Aumento de casos de coqueluche no Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou nesta quarta-feira (13) os novos números referentes à coqueluche no Paraná. De acordo com o documento, em uma semana o Estado registrou 189 novos casos, totalizando 1.421 desde o início do ano.
Por ser altamente transmissível – uma pessoa pode infectar de 12 a 17 indivíduos –, a Sesa alerta a população sobre a importância de manter a vacinação em dia.
Maioria das confirmações na região metropolitana
A maioria das confirmações é da 2ª Regional de Saúde Metropolitana, com 617 casos, seguida pela 17ª Regional de Londrina (256), 3ª Regional de Ponta Grossa (167) e 10ª Regional de Maringá (82). Em relação aos óbitos, foram confirmados três: um em Londrina e dois em Curitiba, com três mortes ainda em investigação (São José dos Pinhais, Umuarama e Quitandinha).
Vacinação é essencial
“Estamos no período sazonal da doença, que ocorre entre os meses de setembro e março. Assim, é muito provável que o aumento no número de casos continue não só no Paraná, mas em todo o Brasil. Por isso, é fundamental que a população compreenda a importância de manter a carteirinha de vacinação atualizada, pois essa é a forma mais eficaz de prevenir a circulação do bacilo”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Além das crianças, que recebem a imunização por meio das vacinas pentavalente (aos dois, quatro e seis meses) e DTP (reforço aos 15 meses e aos quatro anos), a Sesa recomenda que gestantes e profissionais da saúde também recebam o imunizante. De forma excepcional, trabalhadores de saúde e educação que atuam diretamente com gestantes, puérperas, neonatos e crianças menores de quatro anos devem receber a dose para maior proteção e prevenção.
Cobertura vacinal
Segundo dados do painel do Ministério da Saúde (MS), a cobertura vacinal atual da pentavalente em crianças é de 90%, enquanto a da DTP é de 86% Estado. Informações obtidas pela plataforma “Paraná Saúde Digital” indicam que das 39.847 gestantes com idade gestacional acima de 20 semanas atendidas e cadastradas no SUS, 53,3% (21.253) estão com a vacina em atraso no Paraná.
Tratamento e diagnóstico
O risco da coqueluche é maior para crianças menores de um ano e, se não tratada adequadamente, pode evoluir para um quadro grave, podendo até levar à morte. A doença evolui em três fases. Na inicial os sintomas são semelhantes aos de um resfriado comum, com febre baixa, mal-estar geral e coriza. Na segunda fase, surgem crises de tosse seca (cinco a dez tossidas em uma única inspiração), podendo ser seguidas de vômitos, falta de ar e coloração roxa na face. Na terceira fase, os sintomas diminuem, embora a tosse possa persistir por vários meses.
O diagnóstico laboratorial é feito por meio de cultura ou PCR em tempo real e está disponível para todos os pacientes suspeitos de coqueluche. O tratamento é feito com antibióticos e deve ser prescrito por um médico. Por isso, é importante procurar um serviço de saúde para receber orientações, diagnóstico, tratamento adequado, monitoramento e rastreamento de contatos.
Medidas de prevenção
A Diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa realiza várias ações em todo o Estado junto aos municípios para conter a doença. Ela incluem notas de alerta, videoconferências e capacitações presenciais com as Regionais de Saúde e municípios, além da busca ativa de gestantes e puérperas para imunização com dTpa e de crianças para atualização do esquema vacinal. Outras medidas incluem orientação para controle de visitas dos sintomáticos respiratórios aos recém-nascidos; notificação e investigação imediata (até 24 horas) dos casos suspeitos e confirmados para controle e tratamento da doença; e ações direcionadas ao monitoramento dos contatos próximos e à coleta para diagnóstico dos casos com sintomas.
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Júlio Rossato