Leilão do projeto Nova Raposo
O leilão de concessão do projeto Nova Raposo ocorre hoje, 28 de novembro de 2024, às 16h (horário de Brasília) na sede da B3. O objetivo é modernizar a rodovia Raposo Tavares (SP-270) nos trechos urbanos entre a capital e Cotia e o lote inclui três rodovias: SP-280, SP-270, SP-029, além do trecho municipal entre os municípios de Cotia e Embu das Artes, paralelo ao Rodoanel Oeste.
O investimento total estimado é de R$ 7,9 bilhões, sendo R$ 1,3 bilhão destinado apenas para a segurança viária.
Participantes do leilão
Quatro grupos apresentaram propostas para a concessão: as empresas são CCR (CCRO3), Ecorodovias (ECOR3), EPR (Equipav e Perfin) e Via Appia (de estibordo). O grupo que oferecer a maior taxa de concessão vencerá, com o lance mínimo de R$ 4,6 milhões. Nova Raposo inclui trechos da atual concessionária ViaOeste da CCR.
Complexidade do projeto
O lote Nova Raposo é considerado mais complexo do que o lote Rota Sorocabana, pois inclui obras que exigem desapropriação perto da entrada de São Paulo. A XP destaca que o leilão do projeto tem potencial para ser competitivo, pois tem: (i) um perfil bem conhecido, (ii) riscos limitados de demanda e (iii) potencial para retornos atrativos (TIR, Taxa Interna de Retorno, real não alavancada de 9,41%).
Competitividade do leilão
A participação de quatro grupos no leilão da Nova Raposo indica que haverá um bom nível de competitividade no leilão. Apesar do projeto envolver intervenções urbanas e desapropriações, o risco de tráfego é conhecido e a modelagem optou pelo compartilhamento de alguns riscos críticos, o que gera a atratividade do projeto. A perspectiva de se ter nos próximos meses um volume grande de novas concessões, especialmente no âmbito federal, tem despertado o interesse de investidores e atraído novos players para o setor de concessões rodoviárias.”, avalia Fernando Vernalha, advogado e sócio do escritório Vernalha Pereira.
Análise de empresas de capital aberto
Olhando para as empresas de capital aberto, o Bradesco BBI aponta que a CCR poderia ter sinergias entre Nova Raposo e a Rota Sorocabana, que foi arrematada em 30 de outubro, pela qual a CCR licitou R$ 1,45 bilhão. No entanto, observa que a Ecorodovias foi a segunda maior licitante para a Rota Sorocabana e pode ter interesse em prosseguir com Nova Raposo em 28 de novembro.
“Esperamos que ambas as empresas priorizem os retornos no leilão, dado o longo pipeline de projetos de rodovias pedagiadas pela frente, incluindo o Lote 3 das rodovias estaduais do Paraná, a Rota Verde (BR-060/452/GO) e o Lote 6 das rodovias do Paraná, todos em dezembro”, avalia o banco.
Na visão do Bank of America, o impacto potencial seria neutro para CCR e Ecorodovias. A criação de Valor Presente Líquido (VPL) de um eventual lance vencedor dependerá do desconto oferecido e de eventuais eficiências em relação aos números do governo.
Júlio Rossato