O caso Broedel
Nos últimos dias, o Itaú tem sido destaque nas notícias econômicas devido a uma suspeita de corrupção cometida por um de seus ex-executivos, Alexsandro Broedel. O banco informou que irá processar Broedel e que já comunicou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central sobre as suspeitas, que envolvem desvio de mais de R$ 10 milhões.
Detalhes do caso
O Itaú Unibanco detectou a suposta atuação em conflito de interesses de Alexsandro Broedel após sua saída do banco, incluindo a omissão de uma sociedade com o professor de contabilidade Eliseu Martins, cujos serviços ele autorizou o Itaú a contratar. Broedel saiu do Itaú em julho e assumiu um cargo na direção do Grupo Santander, na Espanha.
A investigação revelou que Broedel era sócio de Eliseu Martins em uma empresa que recebeu transferências de outra contratada pelo banco, em valores compatíveis com os pagos pelo Itaú entre 2019 e 2024.
O Itaú exige que todos os executivos respondam a um questionário anual sobre sociedades com fornecedores. Se um executivo tiver tal sociedade, ele não pode decidir sobre o relacionamento do banco com seus sócios.
Broedel foi acusado de ter violado políticas internas e agido em grave conflito de interesses ao aprovar pagamentos a um fornecedor com quem teria vínculos, totalizando cerca de R$ 10,45 milhões nos últimos quatro anos. O Itaú considera entrar com uma ação civil contra Broedel e Eliseu Martins, buscando reparação de danos.
Reações de Broedel
Broedel afirmou que as transferências recebidas eram entre sócios e expressou estranheza sobre as acusações surgirem somente após sua renúncia e antes de assumir um cargo no Santander.
Conclusão
O Itaú protocolou um protesto interruptivo de prescrição e pediu a anulação da aprovação das contas de Broedel entre 2021 e 2023, além de buscar indenizações por valores pagos indevidamente. A investigação levou à revisão dos balanços do período pela auditoria independente, PwC.
Júlio Rossato