Presidente Bashar al-Assad deposto pelos rebeldes
Bashar al-Assad, presidente da Síria que herdou o poder em 2000 com promessas de reforma, foi deposto em um avanço relâmpago dos rebeldes.
De acordo com a televisão estatal, Assad fugiu de Damasco enquanto as forças da oposição lideradas por islamistas entravam na capital e colocavam fim a mais de meio século de domínio da família Assad.
Reação à queda de Assad
Não se sabe, até o momento, para onde foi Assad.
Desde o uso de armas químicas contra civis até torturas generalizadas, Assad enfrentou graves acusações durante a guerra síria.
Determinado a não se juntar à lista de governantes árabes depostos, Assad optou por usar força brutal, incluindo bombas, tortura e armas químicas, para reprimir a dissidência, de acordo com os EUA e outras nações ocidentais.
Origens de Bashar al-Assad
Bashar Hafez Al-Assad nasceu em 11 de setembro de 1965, em Damasco, o terceiro filho e segundo filho de Hafez al-Assad e Aniseh Makhlouf.
O pai de Assad era um oficial da força aérea que ajudou a liderar a tomada do governo pelo Partido Baath socialista em 1963 antes de assumir o poder ele mesmo em um golpe militar sem sangue em 1970.
Primavera de Damasco
Nos primeiros meses como presidente em 2000, Assad ordenou a libertação de 600 prisioneiros políticos, alguns dos quais eram membros da Irmandade Muçulmana banida, um grupo islâmico sunita.
Assad disse que a Síria precisava de críticas construtivas, uma noção radical na época em um país que prendeu opositores políticos.
Intelectuais clamavam abertamente por maiores liberdades civis e reforma democrática. Os primeiros meses do governo de Assad foram, de forma otimista, apelidados de Primavera de Damasco.
Consequências da guerra civil síria
Mais de 600.000 pessoas haviam sido mortas na guerra civil síria até março de 2024, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo baseado no Reino Unido que monitora de perto o conflito.
Mais da metade da população pré-guerra de 23 milhões foi deslocada, seja para outras regiões dentro da Síria ou para outros países, de acordo com as Nações Unidas.
A queda de Assad elimina, em última análise, um dos principais aliados do Irã no Oriente Médio e representa um grande golpe à influência de Teerã na região.
Júlio Rossato