Analistas cortam recomendação da Ambev
Analistas do Citi e do Santander cortaram recomendações sobre as ações da Ambev (ABEV3) para “neutro” enxergando um cenário mais desafiador para a fabricante de bebidas, incluindo componentes macroeconômicos e pressões competitivas.
O Citi afirmou que, apesar da execução impressionante da empresa nos últimos cinco anos, os desafios estão aumentando, e que o desconto atual das ações em relação aos pares globais pode não ser um catalisador suficiente. Os analistas também reduziram o preço-alvo da ação de 14,50 para 11,80 reais.
A equipe do Santander, por sua vez, cortou o preço-alvo de 16 para 12 reais, destacando que a inflação de custos deve dar o tom daqui para frente, dados os custos de embalagem e a depreciação do real. Eles também afirmaram que a perspectiva de custo unitário da empresa para a divisão de cerveja do Brasil aponta para um aumento de 8% ano a ano.
Os analistas do Citi e Santander também apontaram crescentes pressões competitivas no Brasil, impulsionadas pela Heineken e Petrópolis, que restringem o repasse de preços.
Os analistas do BTG Pactual liderados por Thiago Duarte esperam diminuição nos volumes ano a ano, marcando uma reversão da tendência de crescimento consistente observada no ano passado. Eles também afirmaram que, embora antecipem preços médios maiores, eles não parecem suficientes para despertar esperanças de um momento operacional mais forte, e que a perspectiva continua cautelosa, pois um mercado competitivo pode limitar a capacidade da Ambev de comandar o repasse de preços sem arriscar a participação de mercado.
A Ambev divulgará resultados do quarto trimestre em 26 de fevereiro, antes da abertura do mercado, e a perspectiva é de números mais fracos.
Detalhes da ação da Ambev na bolsa
Na bolsa paulista, por volta de 10h15, as ações da Ambev recuavam 1,69%, a 11,06reais, entre os destaques negativos do Ibovespa, que subia 0,22%. Em 2025, os papéis acumulam uma perda de 5,79% após fechar 2024 com declínio de 9,78%.
Júlio Rossato